Atônitas com a ausência de um manual de 'Como Se Portar Em Uma Pandemia', as marcas procuram aprender com os erros
para continuar produzindo em um período socialmente sensível. Porém, não é a primeira vez que o público alerta sobre a essencial atenção para um posicionamento adequado diante de tantas feridas sociais.
Se o conceito de Marketing Espiritual, ou Marketing 3.0 não soa familiar, está na hora de atualizar suas referências e o olhar para o seu consumidor. No mundo atual, a comunicação é colaborativa em ritmos que ainda procuramos acompanhar e um dos maiores ensinamentos destas mutações é: toda marca necessita estar preparada para mudar e ser, essencialmente, sensível às ânsias de seus consumidores.
Silêncio também é barulho
A perspectiva espiritual dos consumidores segue pressionando empresas para que alinhem seus produtos a seus valores; o não-posicionamento é tão grave quanto um posicionamento contrário. A fórmula é simples e, mais importante, não pertence às empresas. A única maneira de acertar no posicionamento é procurar refletir o posicionamento do público que consome o produto e manter fidelidade a esta mensagem.
O melhor e mais atual exemplo é do Burger King, marca que compreendeu os valores de seus consumidores e segue atenta às suas vozes com diversas demonstrações de alinhamento de ideias. A campanha #QuemLacraNãoLucra tornou a reação negativa ao seu posicionamento, o pavor das marcas, em combustível para o relacionamento entre público e empresa, ao ressignificar a hashtag criada por opositores de campanhas anteriores em prol da causa LGBT+ e propor a doação de 100% dos lucros de sanduíches vendidos durante o Dia Mundial do Orgulho LGBT+ para ONGs de apoio LGBT+. Uma atitude que comunica ao seu público a filosofia de bem-estar humano acima do produto, uma oportunidade de consumir e contribuir para o mundo idealizado por quem investe na rede de fast food. Esta é a maior prova de como a tecnologia permite os consumidores uma experiência colaborativa aos valores de uma marca e como a atenção minuciosa a estas interações podem impulsionar o branding.
Lacrar por lacrar não lucra
Antes, durante e após a Pandemia, o posicionamento segue no topo dos critérios da maioria dos consumidores e há de tornar-se cada vez mais evidente no padrão de consumo das futuras gerações. O lucro é resultado da valorização e das experiências que as empresas fornecem, além do produto físico. O significado, a identificação e a realização espiritual são dicas que o público frequentemente oferece, mas nem toda marca percebe. E a sua marca, já percebeu e aplicou essas dicas?
Comments