Ações de marketing estão mostrando ao mercado publicitário a necessidade de repensar a maneira como se fala com o público. O que se exibe nas telas, revistas e páginas da internet, em sua maioria, ainda não é o reflexo da realidade de muitos, mas aos poucos, isso está mudando e estão surgindo campanhas publicitarias com incentivos de inclusão, seja com modelos com vitiligo, menos padronizados ou com deficientes físicos, Síndrome de Down, autismo e etc.
No Dia das Mães de 2017, a Johnson & Johnson lançou a campanha “Todo bebe é um bebe Johnson”. Não tem quem não se emocione com um bebê fofo em uma propaganda, ainda mais com uma musica de fundo bonita e calma, mas a grande surpresa está no final quando mostra o rosto do bebê com Síndrome de Down dando um sorriso encantador e em seguida a frase “Para nos e para todas as mães todo bebe é um bebe Johnson”.
No Natal do mesmo ano, a Sadia lançou outra campanha “Natal não é isso? Fazer alguém se sentir amado?” que conta a história de uma garotinha também com Síndrome de Down e do seu vizinho, um senhor que vive sozinho e é ex-maratonista. Ele passa a ajudar a menina a treinar para um campeonato e, no dia da véspera de Natal, ela não deixa ele passar essa data sozinho. A campanha aborda não só a inclusão, como a gratidão também.
Em homenagem ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, que acontece no dia 2 de abril, o Instituto Mauricio de Souza criou, em 2010, um novo personagem na Turma da Mônica para inserir o assunto nos seus quadrinhos. O personagem André, portador de autismo, foi apresentado em uma tirinha e seis animações Youtube, curtas de 30 segundos de duração com a Mônica explicando para as crianças as características do novo amiguinho autista.
O movimento ativista Toy Like Me (Brinquedo Como Eu) incentiva e promove, por meio de redes sociais, abaixo assinados online para que fabricantes de brinquedos façam bonecos portadores de deficiência, com a intenção é que crianças especiais se sintam representadas. Em 2016, ele teve uma grande vitória com a marca Lego que criou o seu primeiro boneco deficiente, um cadeirante, que fez sucesso nas redes sociais surpreendendo a própria empresa já que o boneco não era o lançamento principal.
As campanhas de moda também estão mudando o seu jeito de olhar para as pessoas, começando a explorar outros tipos de beleza, sem ser a padronizada “Barbie”. Um reflexo disso é o sucesso da modelo com vitiligo, Winnie Harlow, Angel da Victoria's Secret garota propaganda de várias outras marcas de luxo, quebrando barreiras do pré-conceito em relação aos padrões de beleza. No mesmo tema, a C&A, criou em 2016 uma linha de roupas cuja campanha foi protagonizada por uma garota que também tem vitiligo.
Todas estas campanhas apresentadas trazem exemplos de que o mercado publicitário tem aberto espaços para outros públicos e outros interesses para além dos perfis tradicionais. As campanhas inclusivas, não só demonstram um respeito pela diferença das pessoas, assumindo uma responsabilidade social por parte das marcas, como também exploram um outro nicho de mercado, a exemplo do boneco da Lego, que teve grande repercussão nas vendas. Que tal abrir os olhos para outros públicos?
Texto: Bruna Socorro de Moraes Oliveira
Revisão: Luana Feldens